Africa Basquetebol

28 setembro 2014

CABO VERDE : Tuberculose afecta basquetebolistas da Académica do Mindelo

Os jogadores da equipa de basquetebol da Académica do Mindelo vão fazer um rastreio de tuberculose, provavelmente antes de participarem no campeonato dos clubes campeões africanos. A decisão foi tomada pela equipa técnica e a direcção do clube depois da infecção de três atletas, ainda durante o campeonato regional de S. Vicente. O rastreio deveria acontecer logo após o término do nacional, mas o técnico Kula Monteiro aguarda apenas um contacto das autoridades sanitárias para marcar as consultas.

Tuberculose afecta basquetebolistas da Académica do Mindelo
“É fundamental fazermos o rastreio porque a tuberculose é uma doença séria e contagiosa. A doença atingiu três dos nossos jogadores e fomos aconselhados a fazer um teste geral, para sabermos quem precisa de tratamento e que medidas de prevenção podemos tomar”, explica o técnico da Micá. Segundo Kula, tudo começou com o poste Jaison num treino normal da equipa. O atleta, explica, começou a tossir com frequência e a expelir sangue. “Ele foi aconselhado a procurar o hospital, mas não foi de imediato. Dias depois a sua situação agravou-se e acabou por ser internado”, conta o treinador dos campeões nacionais da modalidade.
Aquilo que parecia ser um caso isolado, afinal deixou ramificações. Mais tarde, os irmãos Anderson e Vany, dois jogadores influentes da Micá, apresentaram os mesmos sintomas. E ambos foram também internados. “Primeiro foi o Anderson, mas, como vivemos na mesma casa, acabei por contrair também a infecção. No meu caso não foi assim tão violento, mas fiquei internado”, conta Vany, que se recuperou, mas não a tempo de participar no campeonato nacional. Já o irmão Anderson teve a sorte de jogar.
Neste momento, os jogadores que contraíram a bactéria da tuberculose estão recuperados, mesmo assim vão ser sujeitos a um despiste, por motivos de segurança. O receio é que algum deles possa estar infectado e venha a passar a doença aos colegas de equipa e aos outros atletas que utilizam o polidesportivo de Monte Sossego. “Tratando-se de um espaço fechado, existe essa possibilidade. Mas felizmente que o polidesportivo é um recinto amplo, o que dificula a capacidade de propagação da doença. Coisa diferente seria num pequeno quarto”, explica Júlio Wahnon, clínico geral e presidente da Académica do Mindelo.
Enquanto médico, Wahnon recomenda o rastreio dos jogadores e da equipa técnica, por uma questão de prudência. É que, para ele, a tuberculose é um caso de saúde pública. A doença, justifica o clínico, pode ser mortal, se não for tratada à tempo, e, além disso, os casos têm vindo a aumentar em África e noutras paragens.
A Micá quer resolver esta questão o quanto antes, talvez ainda antes do início do campeonato dos clubes campeões africanos. A data provável da prova é o mês de Outubro, mas ainda falta definir o país anfitrião, por causa da epidemia do Ébola que está a afectar alguns territórios africanos.