Africa Basquetebol

26 agosto 2013

MOÇAMBIQUE : AFROBASKT 2013 - Moçambique perde com Cabo-Verde

A SELECÇÃO Nacional de Basquetebol de seniores masculinos foi para o jogo de sábado, diante de Cabo-Verde, para a terceira jornada do Grupo C do Afrobasket, a saber que se quisesse ter vida ligeiramente facilitada nos oitavos-de-final, tinha que ganhar. Mas debalde!
Um começo apático e a velha peste de falhar lançamentos livres em momentos capitais ditaram a derrota do “cinco” de Milagre Macome, por 63-65 que, assim, ficou relegada ao terceiro lugar do grupo e ter que enfrentar a forte Nigéria, às 17h00 de hoje, nos oitavos-de-final.
Os nigerianos foram terceiro classificados no último Afrobasket, disputado em 2011, em Madagáscar, qualificaram-se aos Jogos Olímpicos de Londres-2012, depois de conseguirem o apuramento ao ficarem em segundo lugar num torneio de repescagem mundial havido na Venezuela.
E mais, são os actuais detentores da medalha de ouro dos Jogos Africanos, depois de terem derrotado na final precisamente a selecção de Moçambique, em jogo disputado a 17 de Setembro d 2011, no pavilhão do Maxaquene, por 62-57.
Mas, para estarem no caminho dos moçambicanos nos oitavos-de-final, os nigerianos perderam o derradeiro jogo diante dos Camarões e foram, por isso, relegados ao segundo lugar do Grupo D.
Nos dois primeiros encontros, os nigerianos ganharam ao Mali (74-55) e à República do Congo-Brazaville (93-75).
HISTÓRICO DESFAVORÁVEL DIANTE DOS NIGERIANOS
A Selecção Nacional tem um histórico desfavorável nos encontros com a Nigéria em todas as competições, registando um saldo de apenas uma vitória contra quatro derrotas.
A única vitória de Moçambique foi durante a primeira fase dos X Jogos Africanos de Maputo-2011, em que no último segundo do jogo disputado no pavilhão do Desportivo, o “cinco” nacional deu a volta a uma desvantagem de 66-65 para vencer por 67-66.
Em 28 anos de confrontos, quer nos Jogos Africanos, assim como em Afrobasket’s, esse é o único registo que existe de vitória moçambicana nos embates com os nigerianos.
A história dos duelos entre as duas selecções começou, curiosamente, no mesmo Palácio dos Desportos de Abidjan, onde hoje voltam a jogar, durante o Afrobasket de 1985.
Nesse jogo de 1985, em que o nosso país perdeu por 88-77, faziam parte da equipa de “todos nós” três antigas glórias do basquetebol moçambicano que hoje estão aqui em Abidjan em diferentes missões, mas todas ligadas ao basquetebol do país e do continente.
Trata-se, respectivamente, de Amad Mogne, João Chirindza e Aníbal Manave, que estão na Costa do Marfim na qualidade de vice-presidente da Federação Moçambicana de Basquetebol (FMB), coordenador da Selecção Nacional de Moçambique e Comissário da FIBA-África.
Entretanto, depois de 10 anos de longas ausências moçambicanas em Afrobasket’s, que se prolongaram de Abidjan-85 a Argélia-95, os dois países não se defrontaram durante esse período.
E quando o nosso país voltou ao convívio africano em 1995, para depois voltar a falhar a presença no Senegal-97 antes de, em definitivo, ser assíduo nos Afrobasket’s, as diferenças com os demais países já era grande.
Se em 1985 perdeu por 11 pontos diante da Nigéria, por exemplo, em 1999, em Angola, já foi por 39 pontos, com o resultado em 82-43.
No Afrobasket de Madagáscar-2011, a Nigéria ganhou novamente, desta feita por 78-63.
Finalmente, em Maputo, durante os Jogos Africanos, a equipa nacional teve a tal única vitória por 67-66, mas viria a perder o jogo da final, por 62-57, na noite de 17 de Setembro de 2011.
Não obstante os dados estatísticos desfavoráveis para Moçambique, os jogadores da Selecção Nacional acreditam, mesmo assim, que podem vencer a Nigéria e chegarem aos quartos-de-final.
“Faremos o máximo de modo a conseguirmos a qualificação para os quartos-de-final. Sabemos que eles são mais altos e com mais peso, mas nós também temos a nossa força de vontade para ganhar o jogo”, afirmou Armando Bapatista, poste de Moçambique.
Para David Canivete Júnior, extremo, “vamos continuar a trabalhar a ver se conseguimos a qualificação para os quartos-de-final. Sabemos que eles são fortes, mas com a nossa atitude e motivação podemos superá-los”.
A mesma abordagem de confiança é partilhada pelo base Pio Matos Júnior, para quem “temos que continuar a lutar e, acima de tudo, dignificar o país”.
Ainda de acordo com o atleta, “sabemos que vai ser difícil, mas da mesma forma que nós acreditamos em nós, espero que toda a gente continue a acreditar em nós, porque estamos a dar o nosso máximo”.
“Nós até podíamos fazer melhores exibições e ter outros resultados, mas porque não tivemos competição nenhuma em Moçambique e a nossa preparação não foi boa, baqueamos sempre no terceiro e quarto período. Psicologicamente queremos lutar, mas fisicamente não temos condições”, admitiu Pio Matos Júnior.
NARCISO NHACILA, em Abidjan