Africa Basquetebol

19 dezembro 2009

MOÇAMBIQUE : Liga Nacional Vodacom - Finalíssima para todos os gostos

BEM às portas do Natal e com “todo o mundo” compenetrado nos preparativos desta festa da família, nada melhor que um grande momento desportivo para o necessário relaxamento. Um momento que tem a ver com uma finalíssima que se prevê para todos os gostos: a finalíssima da Liga Nacional de Basquetebol Vodacom. Frente-a-frente as duas formações mais regulares da fase dos “play-off”, que começou com as meias-finais, designadamente Maxaquene e Ferroviário da Beira, esta tarde, a partir das 17.30 horas, no pavilhão dos “tricolores”.

Depois dos dois primeiros embates, sábado e domingo, ao longo desta semana, nas duas cidades mais importantes do país, e não só, as conversas da família desportiva convergem neste grandioso encontro, que certamente arrastará muita gente à “catedral”, para além das pessoas que fixarão a sua vista sobre as imagens que a Televisão de Moçambique transmitirá em directo. É o calor da bola-ao-cesto a ser vivida de lés-a-lés e a mostrar que realmente a Liga Nacional Vodacom veio aglutinar diversas sensibilidades e que hoje, no epílogo da prova, a festa será a valer.

Curiosamente, Maxaquene e Ferroviário da Beira foram os conjuntos menos cotados no decorrer da fase regular, ganha pelo Desportivo e com o Ferroviário de Maputo na segunda posição. Só que, nas meias-finais, os últimos acabaram sendo os... primeiros, pois, de forma destemida, “tricolores” e “locomotivas” do Chiveve superaram os seus oponentes meritoriamente, ao cabo de três partidas disputadas debaixo de muita pressão e espectáculo que valorizou sobremaneira a modalidade.

FINAL DE “OUTSIDERS”?

Praticamente “outsiders”, as equipas treinadas por Joseba Garcia e José Delfino têm, no entanto, estado a protagonizar uma final de sonho. Uma final em que o desfecho é imprevisível a cada segundo. Primeiro, em Maputo, quando menos se esperava, os beirenses venceram por 72-65. Depois, no Chiveve, foi a vez dos “tricolores”, completamente zangados, ganharem por uma margem convincente, indiscutível e que vincou de forma clara a diferença competitiva nos momentos capitais da contenda: 20 pontos (91-71).

Mas porque os números de uma e doutra partida não dizem rigorosamente nada, pois o regulamento obedece apenas a questão da vitória, é de perspectivar, para esta tarde, uma luta sem quartel. Uma luta na qual a mínima falha pode ser fatal, daí os treinadores instruírem os seus jogadores a cometer o menor número possível de erros. Ambos os times possuem atletas inteligentes e astutos, que podem muito bem tirar partido daquilo que o adversário oferecer.

Nesta finalíssima, não estará em disputa apenas o troféu referente ao vencedor da Liga Vodacom (campeão nacional). A escolha do melhor jogador (MVP) virá à baila e, se colocarmos de lado Gerson Novela, do Ferroviário de Maputo, e Augusto Matos, do Desportivo, cujas equipas ficaram pelo caminho, a candidatura recai em Fernando Manjate, do Maxaquene, que, a ser eleito, repetiria o êxito da temporada passada, e em André Velasco, do Ferroviário da Beira. Trata-se de jogadores-chave nas suas formações e que, para além de jogarem, fazem jogar e surgem igualmente, como os reis no capítulo da concretização.

Enfim, uma tarde de sábado que poderá ser inolvidável, na “catedral”, com um jogo de básquete que se espera super espectacular, magnífico envolvimento dos atletas, incerteza quanto ao desfecho, uma arbitragem verdadeiramente à altura de uma finalíssima desta estirpe, muito público – os beirenses dizem que, nesse aspecto, ganham aos maputenses – e, como tem acontecido nestas ocasiões, boa música para entreter os espectadores, com as vozes do inconfundível Antoninho Maengane e das extravagantes Eléctricas.