Africa Basquetebol

19 setembro 2007

MOÇAMBIQUE : AFROBÁSQUETE SENEGAL-2007 - Dacar é uma realidade Beijing ainda um sonho


SERÁ uma verdadeira maratona da “bola-ao-cesto”! Num espaço de aproximadamente 10 dias, acontecerão jogos para todos os gostos, envolvendo as melhores selecções do continente, que buscam a glória e, sobretudo, o prestigiante apuramento para os Jogos Olímpicos de Beijing-2008. Será assim, pois, a 20ª edição do Campeonato Africano de Basquetebol em Seniores Femininos Senegal-2007, a decorrer a partir de amanhã e prolongando-se até ao dia 30 de Setembro em curso. A competição promete muita espectacularidade e, entre nós, reside a nobre esperança na conquista da medalha de ouro e consequente qualificação para esse grande sonho que é a presença no maior evento desportivo planetário na capital chinesa.

Trata-se de um sonho que vem sendo solidificado quotidianamente, sabido é que Moçambique, por mérito próprio, faz parte das potências africanas em femininos, a par da Nigéria, Senegal, tidos como os verdadeiros colossos, e de Angola, que está a conhecer uma subida meteórica e alicerçada no título continental de clubes, ganho em Outubro do ano transacto pelo 1º de Agosto, e pelo terceiro posto nos recentes Jogos Africanos de Argel. Adstrita ao grupo encabeçado pelas anfitriãs, a turma moçambicana estreia-se na competição, depois de amanhã, diante da modesta selecção de Madagáscar, o que naturalmente constitui bom augúrio para um começo tranquilo e prometedor.

A selecção nacional vinha observando, até hoje, um estágio competitivo em Portugal, mais concretamente no Centro de Preparação Olímpica de Rio Maior, que serviu, essencialmente, para a dupla técnica Nazir Salé/Simão Mataveia ter as atletas mais concentradas e disponíveis para os objectivos a que se propõem, para além, como é óbvio, a partir dos jogos de rodagem, aferir a qualidade competitiva da equipa, corrigir alguns detalhes do ponto de vista táctico e ensaiar os esquemas a utilizar em Dacar.

Aliás, para além de o actual seleccionador nacional conhecer perfeitamente cada jogadora e já existir harmonia e coesão no seio do grupo, está preparado para o tipo de adversários que terá pela frente, a partir da experiência que teve em Julho, nos Jogos Africanos. Por isso mesmo, Nazir Salé estará, doravante, mais esclarecido quanto àquilo que a equipa tem de fazer para alcançar o seu desiderato, até porque experiência não falta ao grupo, tendo em conta que todas as suas componentes já disputaram provas desta índole e entrarão nas quatro linhas livres de quaisquer complexos.

AS “LEOAS” SENEGALESAS...

Maputo, Quarta-Feira, 19 de Setembro de 2007:: Notícias

Com o Senegal, ainda registamos na retina o célebre embate das meias-finais do Afrobásquete de 2003, em Maputo. Com o Pavilhão do Maxaquene completamente cheio, numa noite inolvidável, as nossas meninas arrancaram um triunfo histórico, construído pedra a pedra com muito sacrifício, entrega e determinação. De lá para cá, o receio tem sido mútuo, pois, apesar de as “leoas” possuírem várias jogadoras nos campeonatos europeus, nomeadamente na França, sabem que Moçambique também já projectou atletas para o campo internacional, com a poste Clarisse Machanguana como referência-mor.

As senegalesas são, pois, a maior preocupação da nossa selecção no seu grupo, o “A”, com sede em Dacar. Para além de serem anfitriãs, vivem o estigma de sempre falharem no momento da verdade diante da Nigéria, pelo que, desta vez, ainda mais com o aliciante dos Jogos Olímpicos de Beijing-2008, procurarão se vingar de várias mágoas acumuladas. Será um grande perigo o Senegal, dono de um básquete tecnicamente bem executado.

O frente-a-frente entre Moçambique e Senegal acontecerá na terceira jornada, no próximo domingo. Antes, a nossa selecção terá defrontado Madagáscar, na sexta-feira, e Costa do Marfim, no sábado. A seguir a esse grande embate, enfrentará na terça-feira o Mali, uma selecção nova e verdadeiramente em crescendo, tendo o testemunho real disso sido a conquista do Afrobásquete de Sub-20, em Dezembro passado, em Maputo. A turma moçambicana fecha a primeira fase da prova diante da Tunísia, na quarta, altura em que saberá se transita na qualidade de primeira classificada, de segunda ou de terceira.

Depois deste passo, seguir-se-á a etapa mais complicada, aquela em que maiores precauções serão necessárias, tendo em conta o sistema de eliminatórias. O cruzamento deverá acontecer com as melhores equipas do Grupo “B”, que tem como cabeça-de-série a Nigéria. Estando “a priori” as campeãs em título fora de hipótese, pode ser que o adversário seja Angola ou RD Congo, numa série em que figuram ainda Camarões, Quénia e Cabo Verde.

Refira-se que a participação moçambicana neste evento conta com o patrocínio do Grupo NNS, o mesmo parceiro da FMB que suportou a selecção masculina no recente Afrobásquete Angola-2007.

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